[modernidade pós-contemporânea]

não há reflexo nos espelhos dos vampiros
mas nos vampiros há sangue escorrendo dos caninos
e haverá eternamente aquela sede animalesca
aquele desejo instintivo por sangue

em seus olhares a hipnose que mutila almas
nos sorrisos o movimento erótico que estraçalha corpos
as suas vítimas em palidez mórbida reluzem sob a lua
um exército em transe marcha sobre o negrume do asfalto
e amontoam-se na espera de um domínio que se revela

chegará breve o tempo que serão só eles

e eles serão nós
e seremos todos

não sendo nada
nada mais